quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Pronunciamento do Prof. Espedito de Oliveira e o "fuzue!

Oi Elizete,
Vc pediu e encaminhei o texto que fiz, a respeito de uma reportagem na revista Veja, sobre o ensino na Finlândia, que acho oportuno em função do "fuzuê" que está acontecendo e talvez algumas interpretações errôneas, principalmente a respeito de nossos alunos qd começaram a frequentar o "colegial" no Estadão, surgindo vários problemas de relacionamento entre nossos alunos e professores.

Fui aluno do Estadão e lá aprendi a gostar de vários professores e em especial da Professora Lydia Scannavino (no tempo solteira, depois casou-se com prof.Valois Scortecci) que eu admirava muito, tanto que fui fazer o curso superior de Geografia, mas tenho a ressaltar que em suas aulas somente abriamos a boca para "presente", pois a mesma ficava sentada na "catedra" e o máximo que fazia qd o assunto era novo ou utilizava um mapa, ficava em pé no tablado e com uma varinha ia apontando para o mesmo e dando suas explicações, assinalando alguma coisa, mas, sem nenhuma participação nossa (alunos) e por incrível que pareça foi lá que fui reprovado em exame de segunda época que fiquei por não ter comparecido na prova realizada em dezembro, pois estava com pneumonia e naquela época exigia de 1 a 2 meses, fechado em casa, sob severa alimentação especial (ainda não havia pinicilina) e em função disso fui fazê-la em uma data especial, pois já havia passado o tempo para fazer o exame de seg.época.

O professor que me aplicou a prova não foi o da cadeira, professora Silvia Bezerra, mas o diretor da escola, prof.Raul A.Ferreira (pessoa pela qual tenho gd estima). que sentado em uma mesa e eu em frente começou a minha "prova". Escreva: Dictee - La Maison et très ... e assim por diante, evidente que fui reprovado e novamente fiz a segunda série ginasial (foi a única reprovação) e na época meu único consolo foi minha mãe que estava esperando-me na porta da escola, em uma charrete de aluguel (não vão rir) pois era mt comum utilizar tal tipo de transporte e eu ainda encontrava-me em processo de recuperação.

Por que conto td isso ou falo sobre isso.

Em função de que praticamente tds als do nosso VOCA dizem e afirmam que os professores do Estadão não gostavam deles, isto até é possível, mas a explicação, que na época procuramos investigar (pois tinhamos vários amigos nossos lá) é que os nossos alunos habituados a ir fundo nos problemas ou assunto de qualquer matéria, da mesma maneira que faziam qd em nossas aulas, lá não era possível, colocando mts vezes os professores numa grande "saia curta" pois os mesmos não estavam preocupados na formação de cidadões atuantes, com objetivos mais amplos de socialização, etc..., mas sim apenas com os conteúdos de suas matérias, não permitindo qualquer tipo de diálogo e tds tinham que passar por lá, pois era a única escola que tinha o Ensino Médio (antigo colegial).

Mas, em nossa comunidade, nossa escola era admirada por mts e de uma pessoa que me lembro muito foi a 1º Diretora do Paulina, prfa.Léa Pitelli, que participava a seu pedido dos nossos Conselho Pedagógicos, o chamado CP, onde eram discutidos e analisados semanalmente, toda a evolução do nosso programa de trabalho, inclusive algumas decisões importantes sobre novos rumos a tomar em função de novos acontecimentos políticos, pois não podemos esquecer que estávamos plena ditadura militar.

Muito de nossas técnicas foram utilizadas pela Prof. Léa lá no Paulina, como trabalho em equipe, estudo dirigido e outras, o que tornou sua escola uma referência em Barretos. Bom, acredito, que nossos als, mt precocemente, já estavam preocupados com a realidade em que estava vivendo, questionando, indagando, procurando respostas, o que em escola tradicional como o estadão não seria possível obter.

Com isso estou procurando dar alguns esclarecimentos, pois com todas estas lembranças, tão vivas, acesas na mente de nossos alunos é para nós professores, motivo de mt alegria, de agradecimento, por um trabalho feito com mt carinho, com mt amor....

Abraços a todos.

Prof.Espedito.

Um comentário:

  1. Você foi um exemplo de mestre, as suas aulas ainda estão vivas na minha memória. Lembra , vou dar um exemplo: Os alunos deveriam fazer recortes de reportagens diariamente,fazer resumo e depois fazer comentários sobre o que achavam. (em diversos assuntos). No final do bimestre entregar ao professor. Como pode ter sido tão marcante?
    Agradeço a Deus de ter colocado vocês do Voca, na minha vida.

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