quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

As cenouras - Dorinha

Bom dia, para vc então Dalton, estou acompanhando suas memórias e me deleitando com elas.
Lembrei até das minhas próprias aulas de Práticas Agrícolas no antigo prédio do Voca . Do professor Cleomar , tinha um outro, ñ me lembro se era o professor Artur. Das nossas plantações de cenoura, das alfaces, do viveiro de pintinhos, que depois esses itens em tempo de colheita iam para a cozinha para as nossas refeições.
Também estou fazendo uma viagem ao passado e tentando recordar coisas pitorescas da minha turma (1965).Logo escreverei algumas para vcs.
Abraços fraternos

Dorinha Vitali ( a das trancinhas )

Pronunciamento do Prof. Espedito de Oliveira e o "fuzue!

Oi Elizete,
Vc pediu e encaminhei o texto que fiz, a respeito de uma reportagem na revista Veja, sobre o ensino na Finlândia, que acho oportuno em função do "fuzuê" que está acontecendo e talvez algumas interpretações errôneas, principalmente a respeito de nossos alunos qd começaram a frequentar o "colegial" no Estadão, surgindo vários problemas de relacionamento entre nossos alunos e professores.

Fui aluno do Estadão e lá aprendi a gostar de vários professores e em especial da Professora Lydia Scannavino (no tempo solteira, depois casou-se com prof.Valois Scortecci) que eu admirava muito, tanto que fui fazer o curso superior de Geografia, mas tenho a ressaltar que em suas aulas somente abriamos a boca para "presente", pois a mesma ficava sentada na "catedra" e o máximo que fazia qd o assunto era novo ou utilizava um mapa, ficava em pé no tablado e com uma varinha ia apontando para o mesmo e dando suas explicações, assinalando alguma coisa, mas, sem nenhuma participação nossa (alunos) e por incrível que pareça foi lá que fui reprovado em exame de segunda época que fiquei por não ter comparecido na prova realizada em dezembro, pois estava com pneumonia e naquela época exigia de 1 a 2 meses, fechado em casa, sob severa alimentação especial (ainda não havia pinicilina) e em função disso fui fazê-la em uma data especial, pois já havia passado o tempo para fazer o exame de seg.época.

O professor que me aplicou a prova não foi o da cadeira, professora Silvia Bezerra, mas o diretor da escola, prof.Raul A.Ferreira (pessoa pela qual tenho gd estima). que sentado em uma mesa e eu em frente começou a minha "prova". Escreva: Dictee - La Maison et très ... e assim por diante, evidente que fui reprovado e novamente fiz a segunda série ginasial (foi a única reprovação) e na época meu único consolo foi minha mãe que estava esperando-me na porta da escola, em uma charrete de aluguel (não vão rir) pois era mt comum utilizar tal tipo de transporte e eu ainda encontrava-me em processo de recuperação.

Por que conto td isso ou falo sobre isso.

Em função de que praticamente tds als do nosso VOCA dizem e afirmam que os professores do Estadão não gostavam deles, isto até é possível, mas a explicação, que na época procuramos investigar (pois tinhamos vários amigos nossos lá) é que os nossos alunos habituados a ir fundo nos problemas ou assunto de qualquer matéria, da mesma maneira que faziam qd em nossas aulas, lá não era possível, colocando mts vezes os professores numa grande "saia curta" pois os mesmos não estavam preocupados na formação de cidadões atuantes, com objetivos mais amplos de socialização, etc..., mas sim apenas com os conteúdos de suas matérias, não permitindo qualquer tipo de diálogo e tds tinham que passar por lá, pois era a única escola que tinha o Ensino Médio (antigo colegial).

Mas, em nossa comunidade, nossa escola era admirada por mts e de uma pessoa que me lembro muito foi a 1º Diretora do Paulina, prfa.Léa Pitelli, que participava a seu pedido dos nossos Conselho Pedagógicos, o chamado CP, onde eram discutidos e analisados semanalmente, toda a evolução do nosso programa de trabalho, inclusive algumas decisões importantes sobre novos rumos a tomar em função de novos acontecimentos políticos, pois não podemos esquecer que estávamos plena ditadura militar.

Muito de nossas técnicas foram utilizadas pela Prof. Léa lá no Paulina, como trabalho em equipe, estudo dirigido e outras, o que tornou sua escola uma referência em Barretos. Bom, acredito, que nossos als, mt precocemente, já estavam preocupados com a realidade em que estava vivendo, questionando, indagando, procurando respostas, o que em escola tradicional como o estadão não seria possível obter.

Com isso estou procurando dar alguns esclarecimentos, pois com todas estas lembranças, tão vivas, acesas na mente de nossos alunos é para nós professores, motivo de mt alegria, de agradecimento, por um trabalho feito com mt carinho, com mt amor....

Abraços a todos.

Prof.Espedito.

Choques - Tania

Prof. Expedito, enquanto lia seu relato, vinham à minha mente algumas recordacoes que sao pertinentes.

Como todos, tambem tive um choque ao entrar no Estadao depois do Voca. O primeiro deles foi com as aulas de ingles que eram com uma profª que mal sabia o que la fazia com um livrinho surrado de gramatica e que cuspia ao falar, um horror! Isso me causou um bloqueio e que ate hoje me prejudica pois moro nos EUA e ainda nao domino a lingua. Eu adorava Ingles e a profª Marielza, onde desde a primeira aula tinhamos conversacao e assim durante os quatro anos.Gostava tanto que no ultimo ano do Voca foi dito que eu realmente tinha muita facilidade com Linguas. Esse bloqueio so se deu com Ingles pois depois do Estadao fiz varios cursos de Ingles e nao adianta, algo travou .....rs

O segundo choque foi com uma profª que substituia a profª Olentina, de biologia. Ela simplesmente nos fazia ler o livro BSCS em sala de aula e depois relatar o que haviamos entendido. Ate que um dia tive uma duvida sobre enzimas e nao consegui dissipa-la apenas lendo o livro, minhas duvidas continuavam, dai perguntei em sala de aula à professora e ela me mandou pesquisar no livro e eu, educadamente, disse a ela que ja o havia feito e que se fosse pra ler o livro nao havia necessidade de irmos pra escola, fariamos isso em casa, ou seja, ela nao tirava duvidas. A partir dai ela me "marcou". Tivemos uma "chamada oral" sobre o modelo do atomo. Estudei tanto e quando fui chamada eu desenhei e expliquei todo o modelo com todos os detalhes que haviam no tal livro e ela me deu ZERO! Justificou-se dizendo que ela nao havia pedido pra explica-lo todo mas apenas uma determinada parte. Bom, voltei chorando pra casa e minha mae, foi conversar com essa professora (coisa que ela nunca fez) e perguntar qual era o problema dela comigo pois nao achava justo o que ela havia feito. Minha mae, vendo que aquela conversa nao iria melhorar em nada, simplesmente me transferiu para o Paulina. Dona Lea era excepcional! E fez sim daquele colegio um modelo.

O trabalho feito pelo Vocacional, foi sim , como o sr mesmo disse, um trabalho de muito amor e muito carinho! Obrigada por fazer parte desse time
Abracos
Tania

Projeto de Discoteca - Tania de Castro - lá de longe...

Dalton, nao estou conseguindo me lembrar com exatidao de voce. Meu nome é Tania de Castro Abdalla e tambem fui da sua turma. Estou aqui fazendo uma viagem fantastica pois voce escreve muito bem, com riqueza de detalhes que da ate vontade de mostrar pros meus filhos pra eles verem que tudo o que disse sobre o Vocacional era exatamente como voce estava descrevendo.
So fiquei triste, esperando que a qualquer momento eu entrasse nessa historia pois estava lendo e revivendo junto, mas vopce parou. PAROU PORQUE? Tava muito gostoso! Quando vc volta pra contar mais coisas que refresquem minha memoria?
Eu me lembro que fiz, na 3ª serie, uma sala de música, na materia de Projeto. Uma "discoteca", kkkkk, cheia de cartazes, discos de vinil e a gente ficava curtindo nos intervalos e nos recreios. Era muito gostoso. Confiscaram um disco meu "je t'aime" que tinha sido proibido e eu nem dei bola, ate que chamaram mamae pra devolve-lo, hahahaha.
Bom, espero mais historias. Brigadao e Abracos
Tania

Lembranças do Avila

Olá Rubinho


Bem, Rubinho
Lá no Estadão, não foi muito bom não. Eu percebia que os professores de lá não gostavam muito dos Vocas.

Quando entrei, fui ser colega de classe do Fernandão. A quem, chamáva-mos de Fernanderez, e isto, na primeira série do curso Clássico. Não me lembro porque, mas, tinha uma professora que provocava muito o Fernandão e, em paralelo, a mim também.

Um dia, o Fernandão não aguentou mais e falou o que devia e o que não devia para esta professora.

Neste dia, percebi que realmente, alguns professores de lá não gostavam dos Vocas, ou então, não gostavam de Mim e do Fernandão.

Esta professora ficou possessa mesmo e, aos gritos, expulsou o Fernandão da classe. Quando esta professora se recompôs, e a classe tava quieta, lógico,... todo mundo tava com medo e Eu, em sinal de apoio e, em protesto porque o assunto era Voca, catei meus pertences e sai da sala.

Esta professora ainda quiz me segurar, mais ai, me mandei mesmo, porque tive que terminar o segundo grau bem longe de Barretos ....

Na época, fiquei sabendo que o assunto gerou até a interferência da professora Dona Philomena junto à direção do Estadão.

Este assunto ficou muito restrito. Contando, agora, não sei se você caro Rubinho, vai se lembrar, ou tomou conhecimento disto.

Nesta época, estudava no curso científico, o João Alfredo Abdala, irmão do Ariel. Eu tinha muita amizade com o João e até hoje ainda tenho. Se alguém se lembra deste episódio, acredito que este alguém é o João, porque ele pertencia à Elite dos sabe tudo.

Eram o pessoal bom das exatas, mesmo não tendo sido Voca, o João se lembra de muitas passagens e era muito amigo também do Fernandão/Fernanderez. Se vocês não sabem, o João tem uma memória pródiga .

Ahhh Caro amigo Rubinho,

Você realmente não gostava nada quanto te chamavam de pancinha, era por isso que o pessoal te enchia as paciências, principalmente, o Gonzaga, o Votta, o Ali, estes caras eram os grandões da turma, lógico que também tinham outros grandões que apurrinhavam nós, os baixinhos.

Só não apurrinhavam o Ariel, etaaaa... turquinho bravo e protegido das meninas grandonas.

Em contra partida, eles me apurrinhavam também, me chamavam de ORELHINHA, mas, de orelhinha eu não tenho nada, porque estas orelhas que ainda me acompanham são de abano mesmo.

Acho que disto você se lembra néeee caro Rubinho? não sei se voce se lembra!!!

Havia o Leônidas que também era da turma dos grandões, mas, só que o Leônidas era de outra turma, nós somos da primeira.

O Leônidas gostava de querer nos apurrinhar e apurrinhava mesmo, até o dia em que os grandões da nossa turma ficaram sabendo, não sei quem contou. Ai, o Leônidas teve que encarar o grandões da nossa turma. Daí prá frente, o Ariel provocava o Leônidas sem medo mesmo, chamando-o de Jericó.

O interessante é que JERICÒ é o sobrenome do Leonidas. Talvez o Leônidas nem lembre mais disso.

O Ariel podia usufruir destas regalias, porque era o protegido das grandonas.

Caro Rubinho...

Você se Lembra do dia em que o Ariel iniciou uma provocação com o pessoal grandão da nossa turma?

Eles queriam entrar na nossa sala para nos dar uns cascudos !!!!!!! Ficamos segurando a porta até quanto aguentamos, e aí, a porta se abriu com tanta força, que Ariel quebrou o braço, espremido que foi atrás da porta.

Daí prá frente, foi só correria. Lembro, e também acho que você se lembra, que a Cidinha Oliveira, grandona que era, pegou o Ariel nos braços e saiu correndo com ele atrás do Professor Ulisses. A Cidinha chorava mais do que o Ariel, e o interessante, é que houve uma disputa entre a Cidinha e a Marina Lago, que tambem era grandona.

As duas queriam carregar o Ariel ao mesmo tempo.

Caro Rubinho....

Não sei se voce se lembra !!!!! A Cidinha Oliveira era uma das mais Choronas, se doía por todos ao mesmo tempo.

Caro Rubinho,

Da Tereza Vechiato, você com certeza se Lembra, porque sempre andavam juntos, você, a Tereza, o Ariel e o Pedrão.....

Vocês até fizeram uma estátua meio futurista de um cachorro.

Este cachorro foi idéia do Ariel, que era um emaranhado de arames, recoberto de jornal e bezuntado de gesso por todas as mãos, que foi feito nas aulas de artes plásticas. Ai..., o professor Zé Carlos resolveu deixar esta estátua futurista exposta no espaço paralelo ao WC masculino, mas dentro do páteo maior.

Esta estátua tinha um rabo, e só para apurrinhar seus artistas, a gente passava e batia no rabo desta estátua, o rabo balançava e era só gargalhada. O Ariel chorava de raiva mesmo. Ai aparecia a Tereza Vechiato que consolava a todos.

Karakas Rubinho...

Você me fez lembrar de uma porção de coisas....

Será que tudo isto faz parte também da memória de alguns????

Èhhh... Grande Amigo... Sancho Pança, (não fique bravo por assim te chamar), este foi o seu apelido, acho, que foi dado talvez pelo, Ali, quem sabe pelo Votta, ou então, pelo Gonzaga, ou então, por todos que adotaram este modo carinhoso de assim te chamar.

Sabe Rubinho.....

Aprendi nesta vida, que a gente só se relaciona (e mesmo apurrinhando a vida) somente com AQUELES A QUEM AMAMOS, e por isso, Nobre Voca e Amigo, tenha a certeza que este foi o modo que todos encontraram para agora, Você ficar sabendo,o quanto era amado e querido. Então não acha ruim não.. Você é, e será sempre, aquele que fez parte da turma de uma época....

Um Abração a todos em especial pra você meu Amigo Sancho Pança.

AAHHHHH... só não vale você querer me chamar de Orelhinha, assim quem não vai gostar sou Eu.

Ahhhh..... esta de ficar debaixo da mesa para ver as pernas das meninas. Esta não vou deixar passar ... kiakakaiakai... gostei .

Abração Àvila

As "pílulas" do Padre - esclarecendo - Dorinha Vitali

Também quero contar algumas recordações .

Li os depoimentos do Dalton, que me desculpe, não me lembro dele, sobre a história do padre preocupado com as pílulas anti concepcionais.

O fato ocorrido foi, que uma das colegas da minha turma tinha sérios problemas de menstruação desregulada, e o médico havia recomendado a ela, para regular a menstruação, tomar pílulas anticoncepcionais, não me lembro bem o nome dela, me parece que era Mariza .

Uma vez por mês, vinha um padre debater conosco, pq a proposta era esta, os temas atuais, (eram pequenos seminários ) e um desses temas era a pílula anticoncepcional que na época estava no auge e levantava bastante polêmica na sociedade brasileira .

Ela levantou-se e expôs o caso dela, que usava por uma questão de saúde. Acontece que nãos sei se foi o padre ou algum outro colega, andaram esparramando nas outras escolas que algumas meninas do Vocacional tomavam pílulas.

Ah! Pra que! O negócio pegou fogo, foi um Deus nos acuda, e precisaram chamar um padre de Bebedouro para continuar vindo nos seminários do Vocacional nos dar as palestras .

Vejam só que escola vanguardista que era o nosso Vocacional. Um diamante perdido numa sociedade preconceituosa .

Creio que a turma de minha época deve tambem lembrar das nossas viagens a S. Paulo acompanhados por nossa Prof. de Educação Doméstica e o Prof . Wilson de Faria de História, acho que era ele sim, na FEIRA DE UTILIDADES DOMÉSTICAS - UD .

Cozinhas do futuro desfilavam diante dos nossos olhos curiosos e, maravilhados com tudo aquilo, assistimos ao show do grupo tropicália, Caetano Veloso, Gil, Betânia e Gal, era o despertar da carreira deles no circuito Rio - S.Paulo.
Aí o show terminou muito tarde e quase perdemos o trem que vinha pra Barretos á noite .

Nossa aventura foi demais, me recordo dos professores pedindo pelo amor de Deus aos taxistas que voassem e nos levassem rumo a estação ferroviária o mais urgente possível. Chegando lá foi outra epopéia, o trem estava acabando de sair, só me lembro que entrei no trem já andando, correndo, nem sei como consegui pegá-lo. Meu coração queria sair pela boca. Alguns colegas ñ conseguiram e só voltaram no dia seguinte.

No trem encontramos a turma da Banda do Ateneu, que tinham ido fazer uma apresentação em S.Paulo. Foi muito legal, viemos todos conversando sobre nossas escolas. Não dormimos a noite inteira.

Lembro que faziam parte da nossa comitiva na volta á Barretos a prof. de Educ. Doméstica, a Verinha Suzuki, a Salete Quirino, a Rosa, Ana Maria (irmãs) o Mauro Volpe Aguiar, acho que a Jussara Donegá também estava, a Rute Barbosa, a Marien, o Luiz Barbosa, (Chiquinho Baston vc estava ?!), etc...

Não foram todos os colegas, estas viagens aconteciam qdo tinha algum evento de expressão em S.Paulo. Aí a prof. de educação doméstica fazia a proposta em classe e quem queria participar ia. Sempre aos finais de semana, para que ñ atrapalhasse a aula na segunda-feira . Assim fomos na Fenit, UD, Bienal,... gente ... escola como a nossa acho que nunca mais.

Se me lembrar de algo mais conto depois .

Beijos á todos os colegas vocacianos .

Dorinha Vitali (turma de 1965 ).

Essas são recordações preciosas, maravilhosas, que jamais esquecerei, da minha adolescência .

O Vocacional nos marcou a todos com todo o seu vanguardísmo, com o seu trabalho inédito de inserção de seus alunos no mundo, em suas sociedades em seu meio .